O baiano Francisco Alves Filho, natural do município de
Souto Soares, na Chapada Diamantina, único brasileiro campeão mundial de Karatê
Kyokushin, vem a Salvador proferir palestra, no próximo dia 18.
Por: MBrusell
Se Francisco Filho fosse jogador de futebol, com certeza,
seria chamado de Fenômeno, Fabuloso ou Imperador. Mas como as suas glorias
foram conquistadas no Karatê, o Shihan baiano é tratado como ídolo em muitos
países por onde profere suas palestras, mas é um ilustre desconhecido em sua
terra Natal.
Dentre as diversas conquistas do karateca, destaque para
três títulos mundiais, um do mundialito, três Sulamericanos, quatro
brasileiros, quatro paulistas e até um Uruguaio. Sem dúvida a sua maior
conquista é o título de Shihan, que significa professor ou modelo e é, normalmente,
utilizado nas artes marciais por quem tem uma graduação muito alta, que leva
décadas para ser atingida.
No Karatê Kyokushin, um atleta só pode utilizar este
título quando os outros shihans começam a chamá-lo assim. Atualmente, no 5º
Dan, Francisco não participa mais de competições, mas as suas glórias do
passado lhe credenciam um tratamento de ídolo das artes marciais em muitos
países do Oriente e da Europa.
Quem é o único
Shihan brasileiro
Francisco Alves Filho, ou Chiquinho, como ficou
conhecido, nasceu no dia 10 de janeiro de 1971, em Souto Soares , Bahia.
Começou a treinar Kyokushin aos 11 anos, já morando em São Paulo , incentivado
pelo irmão mais velho. No início, confessa que seu objetivo era treinar dois
anos e depois mudar para outras modalidades, porque queria conhecer um pouco de
cada coisa.
Com o treinamento, percebeu que o Kyokushin tinha
filosofia, respeito, força, técnica, velocidade e disciplina e decidiu aprender
tudo no Karatê mesmo. Em sua estréia nas competições, aos 12 anos, Filho perdeu
na primeira luta, para um faixa azul. Aos 18 anos, Filho conquistou seu
primeiro título internacional no Campeonato Sul-Americano.
Em 1991, ao derrotar o favorito Andy Hug no V Campeonato
Mundial, em Tóquio, de forma fulminante no primeiro assalto, Filho foi eleito o
atleta-revelação. Depois disso, em 94, passou pelo exame para 3º Dan, vencendo 30
lutas seguidas, o que impressionou muito na época. No ano seguinte, durante o
VI Mundial, ficou em 3º lugar, chegando até a pensar em desistir do título
mundial.
A perseverança deu resultado. Em 1999, Filho deixou sua
marca na história do Kyokushin como o único estrangeiro a vencer o Campeonato
Mundial. Após o título, o baiano encarou o desafio das Cem Lutas, o teste
máximo do Kyokushin. Quem se dispõe a fazer este teste, precisa estar muito bem
física e espiritualmente. O Karateca baiano foi o único brasileiro a efetuar
com êxito o teste das 100 lutas no Japão e o único no mundo a não precisar ser
hospitalizado após o feito.
Além disto, bateu o recorde de duração. As cem lutas
foram realizadas em 3 horas e 2 minutos, e de número de vitórias, foram 76
vitórias e 24 empates. A este feito seguiram vários outros. Antes de se
aposentar, Filho venceu os quatro maiores campeões do K-1. Além de Andy Hug, o
brasileiro derrotou Peter Aerts, Ernest Hoost e Remy Bonjasky. A rapidez com
que nocauteou seus adversários tornou-o mundialmente conhecido pela marca
“ichigueki”, que siguinifica um único golpe.
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